segunda-feira, 4 de maio de 2009

A DOR DO DESEMPREGO

O desemprego é um flagelo das sociedades contemporâneas. Portugal tem neste momento cerca de meio milhão de desempregados mas estima-se que haja mais duzentos e oitenta mil a acrescentar àquele número tendo em conta todo o universo de pessoas que não tendo emprego desejariam tê-lo. As consequências sociais são dolorosas e profundas.

Ajude-nos a conhecer melhor esta realidade. Visite ONZE DE ESPADAS .

segunda-feira, 30 de março de 2009

A POESIA DE PAULA RAPOSO.

Paula Raposo é uma portuguesa que escreve com muito sentimento. Um dos poemas dela de que gosto muito é o que publico abaixo. Mas são vários os seus trabalhos, igualmente bonitos. No momento Paula acaba de publicar seu terceiro livro de poemas, NEVOU ESTE VERÃO. Para saber mais, click no link.Paula, desejo muito sucesso para seu novo livro.
O poema abaixo é de um outro livro de Paula, que tive o prazer de ler e tê-lo em minha biblioteca.


DESENHO
Desenho com um lapis,
acabado de afiar,
os traços que contornam
o teu rosto
onde a barba se destaca,
mas não sei desenhar
o tom da tua voz.

Talvez o pinte de azul- maresia
e o acaricie
num longo gesto,
pronunciado
Pelo bico de meu lápis,
junto à nascente
do dia
com a sofreguidão
da maré

Maria Paula Raposo
Do livro GOLPE DE ASA.

domingo, 8 de março de 2009

MULHER, SEU DIA PODE SER TODO DIA...


"Celebra-se o Dia Internacional da Mulher, mas qual o dia que não é da mulher? Em casa, com os filhos, sem falar no marido, no trabalho, na escola, nos palcos, nos jornais, onde não está a mulher? Seu dia pode ser todo dia."
Pois é Rachel, também penso igualzinho a você sobre o dia da mulher ser todos os dias. Mas quero aproveitar o dia de hoje para enviar a todas as mulheres bacanas deste mundo as flores acima que recebi de duas mulheres e mães pelas quais tenho grande admiração e carinho.
Fatyly do blog UMA NOVA CUBATA - Portugal e
Lidia do blog SILÊNCIO CULPADO - Portugal.
E não deve ser por acaso que a maioria das flores têm nome de mulher: Lídia, Fatyly..

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

MINHAS FÉRIAS (Crônica de Leila Jalul)

Hoje é aniversário de minha amiga LEILA JALUL, cronista acreana que vive na Bahia. Hoje, mais do que em outros dias, eu adoraria dar um abraço em Leila, mas na impossibilidade de ir de São Paulo à Bahia, publico aqui, neste humilde espaço, mais uma de suas deliciosas crônicas.
Leila, FELIZ ANIVERSÁRIO AMIGA! FELIZ NOVA IDADE!
"MINHAS FÉRIAS
Se eu fosse autoridade na área educacional, em definitivo, baixaria um decreto proibindo que no primeiro dia de aula, apenas para matar a má vontade de alguns professores, fosse pedida a eterna redação "Minhas férias". Proibiria outras coisinhas banais que se repetem ano após ano, deixando crianças com o emocional no chão. Porém, como não sou autoridade e nunca serei, apenas sugiro. Ocorre com freqüência ver crianças órfãs tendo que desenhar corações e cartões para pais e mães que não existem mais. Não por insensibilidade dos professores, mas muito por orientação da própria escola. Turmas grandes, salários baixos e outras dificuldades não deixam às vezes nem que o próprio professor se aperceba desses "pequenos" detalhes.
Volta às aulas: tema livre para as redações. Dia dos pais e das mães, atividades que envolvam quem os tenha, ou não. Essas seriam algumas das providências que eu tomaria. Sempre deixo claro o respeito às exceções. Foi na terceira ou quarta série do antigo primário que me vi numa saia justa. O dia anterior tinha sido uma desgraceira só, pior do que os outros dias. E lá estava eu com o cabeçalho prontinho. Caderno de papel almaço pautado, letra bonita treinada no livro de caligrafia. O tempo passando e não saía uma linha. Roía a cabeça do lápis, quebrava a ponta de tanta força, de tanto ódio, apontava, testava. Roía de novo o lápis de pau-brasil, mastigava um pouco de grafite, cuspia a seco. E nada. Enquanto isso, as meninas iam de vento em popa. Umas contavam da Fazenda Araripe, outras de pescarias, outras de passeio de batelão, festas de aniversário, Natal... E eu, nada! Até que resolvi não ficar para trás e mandei ver.
Redação: Minhas férias.
Minhas férias foram iguais às outras. Nada de novo. Mamãe trabalhando que nem doida na loja de vovô. Irritada, quase todos os dias me dava uma surra porque eu não tinha feito o que ela mandava. Esqueci de cortar os gravetos para acender o fogareiro e, quando fui buscar, tinha chovido e os paus estavam todos molhados. Também esqueci de tirar a roupa do varal e pegou chuva por dois dias seguidos. Ficou fedida, com cheiro de manipueira azeda. Apanhei de novo, desta vez com o pedaço de taquara que levantava o varal, porque, além de molhar a roupa, ainda arrastou no chão e melou de barro. Outro dia foi horrível, papai chegou de porre, como terno de linho todo manchado de batom das quengas da 6 de Agosto. Mamãe quase deu nele.
- Vagabundo! A estas horas? Ele, nem ligava, e só dizia:
- Calma, mulher. Calma.
Deitou com os pés sujos de lama na colcha bordada e dormiu. Foram assim quase todos os dias de minhas férias.Mas, ontem, ontem foi pior. Teve uma briga na esquina lá de casa. Briga feia! A Chica Tolete, possuída pelo bicho preto (não falo o nome dele), subiu num caminhão e foi preciso chamar a polícia. Ela bateu nuns dez soldados até passar o encosto e ser presa. Foi assim. E hoje estou muito feliz por ser o primeiro dia de aula.
Reli, para ver se faltava alguma coisa. Mas, para falar a verdade, fiquei com vergonha. Amassei o papel e escrevi outra.
Redação: Minhas férias.
Minhas férias foram ma-ra-vi-lho-sas! Passeei muito, pesquei, andei de barco no açude do pai da Laélia, Seu Joaquim Francisco, lá na Estação Experimental. Tomei muito banho com os meninos. E vovó ainda deixou eu usar uma bombacha da minha irmã. Depois do almoço, que foi buchada de carneiro, Dona Joanita mandou eu brincar com as bonecas de pano da Savitre, ir mã da Laélia. Num domingo, papai, homem direito, que não fuma, não bebe, não joga e nem é namorador, me pegou pela mão e me levou para a praça do Quartel. Conversamos muito. Depois me prometeu uma boneca no Natal. Uma que fala, ele disse. Não ganhei a boneca, mas tá bom. Sei que ele é um homem de palavra, e, quem sabe, um dia dá. Não é mesmo?
Minha mentira de nada adiantava. A professora Iranira sabia, e como sabia, que a verdadeira redação estava amassada no chão. Ganhei um "ÓTIMO!" de menção. E uma piscadela de aprovação."
(*) Leila Jalul, procuradora aposentada da Universidade Federal do Acre. Autora de Suindara (Fortaleza: Expressão Gráfica e Editora LTDA, 2007) e Absinto Maior (2007)

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

QUANDO A DROGA ACONTECE - O TRÁFICO


Nota prévia: Este é um dos textos que se vão seguir e que pretendem trazer ao debate a realidade da droga. Se estiver interessado(a) em participar com um texto por favor envie-nos para lnsoares@aeiou.pt. Todos os contributos são enriquecedores na construção do nosso conhecimento.

O tráfico de drogas poderá, segundo dados disponíveis, ter atingido o seu pico máximo na década de 80 situando-se actualmente num valor que se estima superior a 500 biliões de dólares anuais. Este valor supera largamente o das receitas do comércio internacional do petróleo sendo apenas superado pelo tráfico de armamento.
Estes dados objectivos remetem-nos para a decomposição das relações de produção dominantes em que a mundialização dos mercados, tida como a expressão máxima do capitalismo global, foi inquinada por um comércio de destruição preponderante nas suas relações de troca.
Na base dum fenómeno de tão assustadoras dimensões estará a massificação do consumo e a popularização da droga, fenómenos que surgem nos países capitalistas desenvolvidos sinais dos tempos e das antíteses da sua decomposição.
O tráfico de drogas foi sempre um negócio capitalista, por ser organizado como uma empresa, estimulada pelo lucro. Na medida em que a sua mercadoria é a autodestruição da pessoa, o consumo expressa a desmoralização de sectores inteiros da sociedade. Os sectores mais afectados são precisamente os mais atingidos pela falta de perspectivas: a juventude condenada ao desemprego crónico e à falta de esperanças e, por seu lado, também os filhos das classes abastadas que sentem a decomposição social e moral. O primeiro episódio de consumo massivo de drogas dá-se durante talvez a mais impopular das guerras protagonizada pela "sociedade opulenta": a Guerra do Vietname. Durante o período dos conflitos, 40% dos soldados norte-americanos consumiam heroína e 80% maconha. Apenas 8% deles continuaram a consumir drogas uma vez regressados a casa.
Para se ter uma ideia da pressão que o narcotráfico exerce sobre as economias dos países atrasados basta citar este exemplo: Em 28 de Setembro de 1989, foi feita em Los Angeles a maior apreensão de cocaína até então realizada: 21,4 toneladas, cujo preço de venda ao público atingiria US$ 6 bilhões, uma cifra superior ao PNB de 100 (cem) Estados soberanos. A grande transformação das economias mono produtoras em narcoprodutoras (e o grande salto do consumo nos EUA e na Europa) produziu-se no entanto durante os anos 80, quando os preços das matérias-primas caíram vertiginosamente no mercado mundial: açúcar (-64%), café (-30%), algodão (-32%), trigo (-17%). A crise económica mundial exerceu uma pressão espectacular em favor da narco-reciclagem das economias agrárias, o que redundou num aumento excepcional da oferta de narcóticos nos países industriais e em todo o mundo em geral. Só nos últimos anos, o tráfico mundial cresceu 400%. As apreensões de carregamentos multiplicaram-se por noventa nos últimos quinze anos, apesar de apenas terem afectado entre 10 e 20% do comércio mundial.
Apesar de Portugal ser um dos países que mais tem combatido o narcotráfico a verdade é que a sua posição geográfica estratégica na triangulação marítima América do Sul, Cabo Verde, Portugal e Sul de Espanha, tem contribuído para que as drogas clássicas como a cocaína, heroína e haxixe sejam ainda predominantes com particular realce para a cocaína que chegou a superar, em apreensões da PJ, a cannabis que é ainda a droga mais consumida em Portugal. Isto contrariando as tendências internacionais em que o consumo destas drogas está a ser abandonado em prol das ditas drogas sintéticas.


(continua)

http/www.policiajudiciaria.pt/htm/diversos/RelatorioTCD2006.pdf.

sábado, 20 de dezembro de 2008

CRIANÇAS PORTUGUESAS VIOLADAS POR ADVOGADO.

"Lisboa: Advogado violava, filmava e difundia os vídeos na Internet.

Um advogado de Lisboa é suspeito de violar menores, filmar os atos e depois colocar os vídeos e fotografias online. A descoberta foi feita, durante este ano, pela seção de combate ao crime informático da Polícia Judiciária. As suspeitas que recaíam sobre o advogado e um maqueiro do Porto diziam só respeito ao tráfico de conteúdos pedófilos na Internet, mas uma análise mais detalhada aos vídeos revelou uma realidade ainda mais macabra: algumas das crianças são portuguesas e o violador era o advogado...."
Leia texto completo no blog BRASIL CONTRA A PEDOFILIA, onde a fonte para esta notícia também é mencionada.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

CONTRA A ESCRAVIDÃO INFANTIL NA EUROPA.

Cartaz contra tráfico humano na Moldávia

"Organizações lutam contra escravidão infantil na Europa.

Roubados, vendidos, abandonados pelos pais. Sobretudo no Leste europeu, muitos menores vivem como escravos. Com freqüência eles têm que ganhar dinheiro no rico Oeste. Uma série de iniciativas tenta ajudá-los.

O tráfico de crianças é um dos crimes mais detestáveis que existem. Na Europa, um dos principais países de origem desses modernos escravos menores de idade é a Romênia. Depois que o país tornou-se membro da União Européia (UE), em 2007, um grande número de adultos procurou oportunidades de ganhar dinheiro para além das fronteiras, deixando simplesmente seus filhos em casa.

A romena Elena Timofticiuc conhece a dura realidade destas crianças. Ela trabalha na organização ecumênica de ajuda humanitária AIDRom, em Bucareste, e tomou conhecimento de dados oficiais, segundo os quais, no final de 2007, existiam pelo menos 100 mil menores abandonados pelos pais na Romênia, na casa de parentes ou, simplesmente, no vizinho. Os pais partiram para trabalhar no estrangeiro. Estas crianças são vítimas em potencial de traficantes de seres humanos que as aliciam com falsas promessas....."

Leia o texto completo no blog Brasil Contra a Pedofilia.