S. Paulo-Brasil, 6 de Janeiro de 1998 – 18H30
“Quando consegui chegar mais perto, vi Flavia de olhos fechados, imóvel, roxinha. Comecei a repetir para mim mesma:- Não há de ser nada, não há de ser nada...não há de ser nada....”
“Quando consegui chegar mais perto, vi Flavia de olhos fechados, imóvel, roxinha. Comecei a repetir para mim mesma:- Não há de ser nada, não há de ser nada...não há de ser nada....”
Mas foi. Os cabelos de Flavia foram sugados pelo ralo da piscina, cujo sistema de sucção estava ligado e era sobre dimensionado para o tamanho da mesma.
Passaram-se mais de 10 anos, e Flavia continua viva em Coma Vigil.
Uma longa batalha judicial está sendo travada, para apurar responsabilidades e para que seja feita justiça. O Coma de Flavia é irreversível segundo os especialistas médicos. O Coma ou a letargia de que a justiça brasileira está doente em relação a este caso, esse pode ter cura se houver boa vontade por parte dos tribunais e daqueles que têm o poder judicial em suas mãos.
A vida de uma criança de dez anos, ficou suspensa naquele dia. Perdeu a escola, os amiguinhos de brincadeira, a sua preparação para a vida e tudo o que de bom a vida humana tem na infância e adolescência. Essa menina desapareceu e não existe mais. Hoje existe uma cidadã, de vinte anos impedida de viver a sua própria vida autonomamente, devido a uma incapacidade causada pela negligência dos homens, (quando ainda era criança) num acidente que poderia e deveria ter sido evitado se houvesse leis e uma fiscalização eficaz no licenciamento de locais de lazer, que supostamente são para as pessoas se divertirem, mas que mais parecem um campo minado onde a cada passo espreita o perigo.
Num estado de direito e democrático, como pensamos que o Brasil seja, na impossibilidade de reparar os danos causados a Flavia, a justiça deveria actuar obrigando os culpados a indemnizar a vítima, para que ela possa ter os cuidados de saúde e a melhor qualidade de vida possível face à incapacidade que sofre. Não o fazendo, está a culpabilizar a vítima e a proteger aqueles que irresponsavelmente colocam no mercado bens de consumo perigosos para o utilizador, e cujo objectivo é o lucro fácil esquecendo-se que a vida de qualquer ser humano é o bem mais precioso que alguém pode ter.
Não vamos esperar um final feliz para este caso, já que isso não é possível devido aos gravosos danos sofridos por Flavia. Vamos esperar sim um fim rápido, e que a justiça no mínimo confira à vida humana a dignidade que ela merece.
Flavia, é apenas um caso entre tantos que aconteceram e continuam a acontecer. Quantas mais crianças terão de morrer ou ficar em coma, para que se encontrem soluções, haja fiscalização e sejam atribuídas responsabilidades aos culpados por estes dramas?
Passaram-se mais de 10 anos, e Flavia continua viva em Coma Vigil.
Uma longa batalha judicial está sendo travada, para apurar responsabilidades e para que seja feita justiça. O Coma de Flavia é irreversível segundo os especialistas médicos. O Coma ou a letargia de que a justiça brasileira está doente em relação a este caso, esse pode ter cura se houver boa vontade por parte dos tribunais e daqueles que têm o poder judicial em suas mãos.
A vida de uma criança de dez anos, ficou suspensa naquele dia. Perdeu a escola, os amiguinhos de brincadeira, a sua preparação para a vida e tudo o que de bom a vida humana tem na infância e adolescência. Essa menina desapareceu e não existe mais. Hoje existe uma cidadã, de vinte anos impedida de viver a sua própria vida autonomamente, devido a uma incapacidade causada pela negligência dos homens, (quando ainda era criança) num acidente que poderia e deveria ter sido evitado se houvesse leis e uma fiscalização eficaz no licenciamento de locais de lazer, que supostamente são para as pessoas se divertirem, mas que mais parecem um campo minado onde a cada passo espreita o perigo.
Num estado de direito e democrático, como pensamos que o Brasil seja, na impossibilidade de reparar os danos causados a Flavia, a justiça deveria actuar obrigando os culpados a indemnizar a vítima, para que ela possa ter os cuidados de saúde e a melhor qualidade de vida possível face à incapacidade que sofre. Não o fazendo, está a culpabilizar a vítima e a proteger aqueles que irresponsavelmente colocam no mercado bens de consumo perigosos para o utilizador, e cujo objectivo é o lucro fácil esquecendo-se que a vida de qualquer ser humano é o bem mais precioso que alguém pode ter.
Não vamos esperar um final feliz para este caso, já que isso não é possível devido aos gravosos danos sofridos por Flavia. Vamos esperar sim um fim rápido, e que a justiça no mínimo confira à vida humana a dignidade que ela merece.
Flavia, é apenas um caso entre tantos que aconteceram e continuam a acontecer. Quantas mais crianças terão de morrer ou ficar em coma, para que se encontrem soluções, haja fiscalização e sejam atribuídas responsabilidades aos culpados por estes dramas?
"Quem não castiga o mal ordena que ele se faça."
Leonardo da Vinci
(Texto publicado em: Sidadania II)
3 comentários:
Raul,
Obrigada por sua participação na Blogagem Coletiva JUSTIÇA PARA FLAVIA, com este excelente texto.
Um abraço.
Solidariedade PRESENTE!
http://almaspoeticas.zip.net
Olá passando para ler sua adesão.
Assim conseguimos ler o que cada um postou. São diversos pensamentos em um único objetivo.
A união faz a força. Justiça! A morosidade precisa terminar. Precisamos dessa blogagem coletiva estou aqui com você vestindo a camisa.
Beijos na sua alma.
Enviar um comentário