quinta-feira, 7 de agosto de 2008

HOMOSSEXUALIDADE NO FEMININO







* Este texto é escrito e dedicado a uma das minhas visitantes que se dá pelo nome de Valsa Lenta. Uma Mulher rica de sensibilidade e de que me orgulho chamar amiga.



Não, não me enganei sobre ti. Era impossível não sentir o apelo das tuas palavras, um desfiar de mágoas e de vidas, de dignidade e de amor. De muito amor por sinal.

Amor pela mulher que amas e amaste, pelo filho que crias como teu. Amor pela vida que te pode dar tanto, algures no interior do País onde as tardes são tranquilas e as noites calmas.

É verdade, amiga, que vens de longe onde havia noites que não terminavam e onde o perigo e o medo te deixaram sem voz.

Já foi há muito tempo Valsa Lenta mas ainda sentes os braços da tua mãe que te acarinharam e te protegeram. Uma mãe que defendeu com o corpo a tua integridade. Uma mãe que te ama tanto que daria a vida por ti mas que não é capaz de entender a tua homossexualidade.

Tu sentes falta dos seus braços e da sua compreensão agora que são para ti claras as opções que tomaste. Certamente que no seu canto, longe, ela chora e pensa em ti mas não é capaz de dar o passo.

As regras dos homens cobrem a espontaneidade dos sentimentos e o orgulho que continuamos a ter naqueles que amamos.

Valsa Lenta, não desistas. A tua mãe está e estará sempre contigo, tão perto quanto quando passava a mão na tua cabeça.

São os preconceitos, amiga, tão mortíferos como a arma mais mortífera, que roubam tempo à vida e oportunidades sem retorno.

São as sociedades que precisam discriminar, para obter diferenças, para desvalorizar, para retirar dignidade a cada condição. Há poderes que se edificam pela dor alheia. Não devia ser mas é. A igualdade de oportunidades continua a ser um mito.

Porém não nos resignemos. Neste espaço hão-de nascer e solidificar-se muitas solidariedades. E seremos mais fortes, Valsa Lenta, para dizer a muitas mães que, como a tua, ainda não foram capazes de romper com o silêncio culpado.

Um dia o sol há-de nascer e há-de ser para todos os que procuram a sua luz. Valsa Lenta , eu estou aqui e como eu tantos. Sorri e não tenhas medo de seguir o teu coração e ires em frente.

Nem todos na vida são autênticos nos sentimentos que exibem, mas tu és. Por isso estás entre os melhores. Alguns irão entender isso.


Lídia Soares



32 comentários:

Mary disse...

Os discriminados são uns condenados em vida que caminham com medo que em todo o lado por onde passam alguém identifique a sua discriminação e lhes diga que são produto viciado numa terra de gente impoluta.
Os familiares são dos primeiros a abandonarem-nos nomeadamente os nossos pais que acham que nós deviamos cumprir um determinado modelo para terem orgulho de nós. Afinal um orgulho que eles não tiveram de si mesmos quando foram acumulando frustrações ao longo da vida.
Valsa Lenta, tu que encontraste o amor não desistas porque pior que ser discriminado é olhar para o lado e não encontrar ninguém.
Bjs

Valsa Lenta disse...

Minha Querida Lídia Soares

Ao ler este post que me foi dedicado, recordei um quadro de uma pintora amiga que se intitula “Turbilhão”. Pensamentos e sentimentos em movimentos febris foi o que senti… e finalmente a calmaria.
Sim, sou Mulher e homossexual e amo uma Mulher muito especial que tem uma filha. A “nossa menina” como nos referimos à criança que tanto amamos e cuidamos.

Não é fácil ser diferente apesar de me sentir igual. Ser julgada por se amar e respeitar é duro. E quando esse julgamento vem de dentro da própria família mais duro se torna. Um dia minha mãe disse uma frase que me ficou gravada “ … eras o meu orgulho, agora não és nada!”. Mas, sei que sou o nada que ela tanto ama. Afinal ser nada é ser-se algo ou alguém.
Um dia a Lídia colocou um comentário no meu blog que dizia a este respeito –“A tua mãe não deixou de te amar e os olhos com que te olha não são só dela. Se fossem só dela não haveria barreiras, acredita.”
Acredito que um dia as duas pessoas mais próximas (mana e mãe), um dia hão-de conhecer a mulher maravilhosa que amo.

Só tinha duas hipóteses:
1 – Viver em fachada conforme as normas e regras ditas “normais” e morrer interiormente… olhando à volta e ver a família fazendo a vivendo a sua vida. E eu apenas corpo vivo e alma morta.

2- Ser rejeitada. Mas, amar e ser amada. Amar no respeito, na educação, na delicadeza e cuidado.

Muito mais poderia dizer… contudo, não desejo alongar este comentário.
Agradeço profundamente a sua atenção e delicadeza para comigo.

Beijo

Iana disse...

Olá, venho de um blog amigo onde de lá apareci aqui.. lol...

Gostei do vosso espaço, prometo voltar e dar mais atenção e ler com calma!!!

Para já um beijinho doce
Apenas uma rosa amiga

Iana!!

ARTUR MATEUS disse...

Como é possível que uma mãe diga que a filha não vale nada por ter uma orientação sexual diferente do que se estipulou como correcto? Quem faz a cabeça das pessoas para que sejam tão desumanas? A porca da sociedade hipócrita a que nos acostumamos a seguir como carneiros bem mandados.
É caso para perguntar a esta mãe se considera mais nobre e virtuoso que uma filha case só para estar casada e finja o prazer que não sente e viva de frustrações e faz-de-conta.
Naturalmente acha que sim.
Bom post.

Ray Gonçalves Mélo disse...

Lídia , Sol poente me visitou e estou aqui para agradecer sua amável visita.
Dê a ele o meu recado por favor.
Quanto ao texto Lídia , queria dizer que mãe é mãe, e um dia ela vai se aproximar da Valsa Lenta.
Não existe amor maior que o de mãe.
Um dia ela, vai conseguir dizer , eu te amo, para ela.
Para Sol Poente,Lídia e Valsa lenta , um bom e lindo fim de semana.
Ray

C.Coelho disse...

A homossexualidade sempre existiu em todas as idades e partes do mundo e não teria nada de censurável se a igreja e os seus poderes não continuassem a insistir na ideia do pecado e de que o casamento tem como finalidade a procriação. Pergunto então se no caso dum casamento heterossexual entre pessoas estéreis se o mesmo deverá ser dissolvido.
O que é certo é que estas mentes fechadas semeiam infelicidade e induzem outros a fazê-lo com a ideia do pecado e do mal que não se sabe bem o que é.
Valsa Lenta, dê tempo ao tempo. O amor duma mãe será sempre mais forte e os motivos de orgulho estarão sempre na pessoa extraordinária que você revela ser.
Cumprimentos

R.Almeida disse...

Nem tudo é como a gente deseja. Possivelmente se fosses uma assassina,burlasses alguém ou roubasses e estivesses presa serias compreendida pela tua amada mãe mas seres diferente apenas na preferência sexual isso não tem perdão e é compreendido como a desgraça da familia. Infelizmente coisas que não interferem com ninguém e fazem parte do foro intimo da pessoa parecem ter mais peso, do que aquelas que sendo realmente prejudiciais à vivência em sociedade.Não és a única que sofre essa discriminação por parte das pessoas que amas e que segundo a ordem natural da vida te amam também. É o sofrimento sem razão, é o afastamento sem causa. Porquê?
Dificil entender por uma mente aberta como a minha, mas que na realidade existe. Sê quem és, procura estar em paz contigo mesma e nunca mudes.A tua vida é única, não se repetirá e tens de a viver o melhor que puderes. Mudares seria o suicidio como ser humano,embora a parte fisica vaguea-se por aí sem que existisses na realidade.Que mais posso dizer? Nada.
Um abraço e a minha compreensão.

SILÊNCIO CULPADO disse...

Mary
A discriminação, por muito injusta e por muito que doa, não pode ser interiorizada pelo próprio como uma inferioridade que o faz carregar um sentimento de culpa e sentir que aqueles que se aproximam são uns heróis pelo facto de o fazerem.
Todos nós, sem excepções, temos os nossos traumas e as nossas insuficiências e também a nossa parte lunar. A procura de aperfeiçoamento não é mais que uma busca contínua, e nunca terminada, que vai deixando testemunhos gratificantes e também as suas mágoas.
Os discriminados não podem assumir-se como discriminados porque isso será legitimar algo tão ilegítimo e desumano como alguém ser juiz do seu semelhante ou sentir-se num pedestal por não ter sido atingido por uma qualquer grande adversidade.
Enquanto alguém olhar para si próprio com pena, e se sentir no mundo dos rejeitados, é como o pinto da ninhada que pela sua fragilidade todos debicam.
Comecemos pois por não nos discriminar-nos a nós próprios. Valeu, Mary?

Beijos

SILÊNCIO CULPADO disse...

Valsa Lenta
O teu caso é um dos muitos casos que me tocou profundamente por aquele absurdo que faz sofrer e que nunca passa dum absurdo Uma mãe rejeitar uma filha pela orientação sexual desta, é algo que transcende a minha compreensão sobre o conceito de amor e sobre os princípios da vida.
Mas o teu caso é tremendamente ilustrativo de como a sociedade e os seus rídiculos preconceitos podem condicionar a mente de alguém que, em princípio, deveriamos contar sempre como estando a nosso lado, como é o caso duma mãe. Mas a sociedade condiciona e castra tudo aquilo que não se submete a critérios rígidos que alicerçam a sua sobrevivência. Esquecemos assim que a compreensão é muito mais estruturante e duradoura que a sanção e tem a vantagem de não deixar feridas.
Valsa Lenta, não desistas dos teus sonhos nem do teu amor. Por que quem luta na defesa do que acredita nunca acabará de mãos vazias.
Beijos

SILÊNCIO CULPADO disse...

Iana
És sempre benvinda.Por isso vem e volta e muito me agradaria que com tempo para comentares o texto.
Beijos

SILÊNCIO CULPADO disse...

Abel Marques
Pois é, amigo, o eterno destino da mulher entendida como um ser que não deve procurar a realização emocional nem o prazer do sexo.
A mulher é para servir, fingir, perdoar, aceitar e nunca questionar as infidelidades do homem.
Por isso o 10º.Mandamento da Lei de Deus diz "Não cobiçar a mulher alheia". Nem se põe sequer a hipótese da mulher cobiçar o homem alheio.
Bolas, se até a Virgem Maria concebeu por obra e graça do Espírito Santo!...


Beijos

SILÊNCIO CULPADO disse...

Ray
Mãe é mãe e é por isso que não se entende muito bem uma situação como esta a não ser quando se admite que os preconceitos que outros lhe incutiram foram mais fortes que ela.

P.S. O Sol Poente somos vários. Todos aqueles que constam na barra lateral.

Beijos

SILÊNCIO CULPADO disse...

C.Coelho
Eu escolhi exactamente esta situação por considerá-la absolutamente deslocada num país europeu em pleno século XXI. Não porque estes casos sejam raros. Infelizmente não são. Mas porque é preciso que meditemos sobre eles porque as reclassificações urgem se quisermos realmente evoluir como seres humanos.
Beijos

SILÊNCIO CULPADO disse...

R. Rudoisxis
Dizer mais do que disseste no teu comentário é impossível.
Excelente.
Adoro-te quando falas assim.

Beijos

Valsa Lenta disse...

Durante estes dias tenho seguido os comentários.Confesso que me sinto sensibilizada.
Apesar da minha mãe ter dito o que disse, continuo a amá-la muito. Não a condeno por isso. Ela tem outras qualidades e muito boas. É uma mulher lutadora e nunca a vi baixar os braços. Sei que me olhou e olha com os olhos da sociedade. Mas, quando olha com os olhas da alma... bem no íntimo ela ama-me como sou. Não o diz porque não consegue e eu respeito. Todos temos o nosso tempo. Ela terá o dela... e eu continuo a mesma à espera do tempo dela para a acolher. Contudo, não deixarei de viver e amar na responsabilidade. Amo e respeito muito a minha mulher e companheira.
E quem sabe um dia a minha família perceberá este amor.

Felicidades

G.BRITO disse...

É impossível ler este texto e estes comentários sem se ficar sensibilizado. Digamos que há um direito de amar comprometido e condenado por uma sociedade ainda muito retrógrada e falha de capacidade para entender o outro.
Toda a minha gente neste país é juiz de todas as causas e tem soluções para tudo o que é problema.
É o atraso cultural.
A seu tempo outros valores falarão mais alto.
Abraços

Sei que existes disse...

Como já referi diversas vezes sobre este tema da homossexualidade, o ser humano reage mal a tudo quanto é diferente das regras sem sentido criadas por uma sociedade infeliz e hipócrita, porque é ignorante, tem medo e é extremamente frustrado emocionalmente...
Lamento a prisão em que todos os homossexuais e outras pessoas vivem só por serem diferentes dos tais padrões ridiculos criados por certas sociedades,mas consigo ter ainda mais pena de quem não os aceita porque só revela a sua pequinez, cobardia, frustração e infelicidade.
Acho optimo este teu post dedicado à tua amiga Valsa Lenta.
Beijo grande

M.MENDES disse...

Um indivíduo não é mais nem menos valioso por aquilo que faz com o sexo desde que desse comportamento não resultem lesões directas para outros.
A escolha dos parceiros e a forma como se realiza é um direito particular que não deveria ser discutido, em circunstância alguma, no ambiente que o rodeia.
A Valsa Lenta tem todo o direito a realizar-se emocionalmente da forma que entender. A sua mãe, desculpe que lhe diga, tem uma mente muito fechada e provavelmente a sua irmã (às vezes os irmãos por ciúmes são uns bons sacaninhas)tem contribuído para ela continuar fechada.
Dizia a minha avó: quem boa letra fizer alguém um dia a há-de ler.Estou convicto que a sua força e dignidade se imporão aos preconceitos e um dia todos aceitarão o núcleo familiar que escolheu.

Ema Pires disse...

Tudo isto é devido à intolerância, seja da sociedade ou de uma mae. Coisa que neste caso, sendo eu mae, nao posso entender. Creio que o que deveria desejar uma mae é a felicidade dos filhos, sem importar a sua tendência sexual e aceitá-los como sao.
Mas também há maes que nao sao exactamente a perfeiçao personificada. Algumas podem ter as suas frustraçoes. Eu nunca consegui entender esta maneira de falar da "MAE" desde o ponto de vista judeocristao, como santa e mártir abnegada, etc. Ninguém é exactamente assim.
Desejo muita coragem a todas estas pessoas que lutam para que lhes seja reconhecido o direito de amar quem quiserem.
Um abraço

René disse...

Não sei qual é o conceito de amor que permite discriminar um filho sabendo nós que para o discriminarem já ele tem o mundo inteiro, se não for por umas coisas é por outras.
Os pais deveriam ser aqueles com quem sempre se pode contar, que estão ao nosso lado incondicionalmente e que gostam de nos ver felizes. A mãe da Valsa Lenta está a fazer uma ferida que não cura e ainda que cure deixa sempre marca.
Uma irmã a tirar dividendos da situação? Talvez.
Todavia, miuda que acodes por Valsa Lenta, sê feliz à tua maneira.Todos somos felizes à nossa maneira e desde que não roubemos nem matemos e paguemos os nossos impostos...

Beijos

SILÊNCIO CULPADO disse...

Valsa Lenta
O que dizes revela grandeza de alma.
Gosto.

Beijos

SILÊNCIO CULPADO disse...

G.Brito
Eu também acredito que se evolua para um estádio mais tolerante e menso individualista.
Mas, como dizes, tudo tem o seu tempo e, infelizmente, o português é muito cusco, invejoso e amigo de apontar o dedo. E há pessoas que se deixam influenciar por isso.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Sei Que Existes
O ser humano reage mal a tu o que foge à norma. Mas quem estabeleceu a norma? Quem contribui de forma activa para que a sociedade seja tão retrógrada?
Resta-nos ir denunciando e estabelecendo laços solidários numa cadeia da qual tens sido sempre um elo presente e importante.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

M.M.Mendonça
Subscrevo tudo que dizes e acredito que um dia. Porque a verdade e a razão acabam sempre por ter o seu peso e ainda que esse peso não dê para que se imponham não deixam por isso de estar lá.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Ema Pires
Eu como mãe também não entendo. Amo o meu filho como é e porque é. Jamais conseguiria viver de relações cortadas com ele.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

René
A mãe da Valsa Lenta é aquilo que a ensinaram a ser. Ela tem receio que fugindo ao que a sociedade impõe como norma e comportamento correcto esteja a ser cúmplice duma transgressão.
Abraço

Tony Madureira disse...

As vezes não temos coragem para encarar a sociedade.
Temos vontade de contrariar mas falta-nos iniciativa, não conseguimos dar o passo.

A escolha de cada um não pode ser descriminada.
Todos têm o direito de serem felizes da forma que entenderem.

Odele Souza disse...

Valsa Lenta,
A tua mãe, há de mudar um día, há de se deixar envolver por este amor incondicional que só as mães possuem. O amor dela por ti, deve estar lá, escondido lá nos confins dela mesma, com medo de se mostrar. mas está lá! E um dia, acredita, vai aflorar.

Um beijo com muito carinho pra ti.

lua prateada disse...

Vai atrás do teu sonho...dá um passo de cada vez, não te detenhas, continua a escalada, pois lá xegarás...Feliz semana.Se
estás de férias apenas aproveita e, GOZA muito...
Beijinho prateado
SOL

Anónimo disse...

Só hoje li este texto. Belíssimo. Certamente que a tua mãe está a sofrer. Terás que lhe perdoar a ela o sentimento de frustação que ela sente ao não te abraçar. Certamente que estará lavada em lágrimas. Não por seres homossexual -que raio- mas porque ela pensa que errou. E está triste. Está preocupada. Não sabe como te abraçar e te dizer: Desculpa-me filha. Fui tonta. Deixo passar os anos longe da minha filha amada.

Vive a vida. Ama e manda uma mensagem de amor à tua mãe. Não esperes pela troca. Um dia verás. Ela liga-te a chorar!

Saudações e um sorriso

Bichodeconta disse...

Estou sensibilizada com este magnifico texto ..Parabéns pela coragem. Deste assunto tão natural, que é o amor, gostaria de falar olhos nos olhos..Fui casada 20 anos de uma infelicidade arrasadoura, casei virgem (não que isso tenha alguma importancia) mas para dizer que casei porque depois de sete anos de namoro, não tive coragem para dizer, eu não quero casar com este homem... Muitas pessoas casavam só porque ficavam grávidas ou por outras razões, teria ido á guilhotina se tivesse tido coragem de dizer não..Mas o aceitar viver esta farsa, custou-me o preçp mais elevado que se possa julgar..Há dez anos divorciei-me, desde então vi a minha mãe duas vezes, ela não me quer ver mais.. mesmo sabendo as razões.. Eu só fiz o que muitas mulheres gostariam de ter feito , e por uma ou outra razão não fizeram.. A minha mão pediu gritando, á senhora de Fátima que me desse o que de pior há no mundo, carregarei eternamente este sofrimento..Posso confessar que há poucos dias, liguei o telefone para lhe ouvir a voz, quantas saudades de ti mãe que nunca me entendeste, porventura nunca me amaste.. Se me amasses aceitavas-me com erros e imperfeições, indiferente aos comentários da vizinhança... Imagina se um dia eu dissesse á minha mãe, eu amo uma mulher.. e isso para mim será tão natural como amar um homem..É simplesmente amar... Continua em frente , se feliz com a tua companheira, que espero , não tenha o problema que alguns, muitos homens tem..passear contigo de mão dada, acariciar-te , amar-te, beijar-te, indiferente aos comentários de pessoas mal formadas e com questões amorosas mal resolvidas..Gostaria que pudessemos continuar este contacto..Um abraço a ti e á tua companheira, á criança que tem a felicidade de ter duas mães que a adoram e mimam.. Bom domoigo..
Voltarei aqui certamente..

Maria Clarinda disse...

Tanta gente que deveria ler as tuas palavras...
Adorei o post!Adorei tudo, e simplesmente me retiro deixando as palavras que alguém um dia me disse" Onde está escrito, ou onde alguém ouviu que o Amor tem que ser entre dois seres de sexos difrentes???".
Voltarei mais vezes, jinhos de ternura