quarta-feira, 23 de julho de 2008

A HOMOSSEXUALIDADE E O DIREITO À DIFERENÇA


Apesar da Declaração Universal dos Direitos Humanos especificar que todos os cidadãos têm os mesmos direitos independentemente da raça, credo ou sexo, a realidade mostra-nos uma paisagem social que não espelha essa igualdade de direitos mesmo nos países mais desenvolvidos.

A homossexualidade continua a ser um assunto tabu pese embora as manifestações no sentido da sua legalização, através do casamento e da adopção, que ocorrem em Países que se auto proclamam defensores dos direitos humanos e da igualdade de oportunidades.

Para tanto têm contribuído as posições ultra-conservadoras de Bento XVI relativamente à homossexualidade e ao uso de preservativos. Estas posições, a meu ver, poderão ser responsáveis pela infelicidade e morte de milhões de pessoas cujo sacrifício pesará na consciência da humanidade. Uma humanidade que se revela, deste modo, incapaz de amar e compreender as diferenças e de olhar a vida numa dimensão caritativa condizente com a verdadeira índole cristã em que o amor pelo próximo e o respeito pela vida deverão ser orientadores das práticas sociais de cada um.

Como podemos nós amar o próximo padronizando comportamentos sociais que não respeitam a identidade conferida por essa entidade superior, que nos domina, e a que muitos reconhecem como Deus?

Como podemos nós amar o próximo e desaconselhar o uso do preservativo quando há milhões e milhões de pessoas, em todo o mundo, infectadas com o vírus VIH o que, segundo estimativas da ONU, perfariam, só no ano de 2007, cerca de 33,2 milhões de pessoas, entre elas crianças, a viverem nestas circunstâncias?

Se por um lado se defende a necessidade da preservação da família como suporte duma sociedade estruturada na base da entreajuda e na formação das gerações, por outro nega-se essa possibilidade a grupos que pretendem viver os preceitos da família em toda a sua plenitude.

Poderemos questionar por que razões as homossexuais e as lésbicas se empenham tanto no casamento enquanto os heterossexuais se casam cada vez menos? A resposta parece ser óbvia: é que aos heterossexuais, mesmo vivendo em união de facto, são-lhes reconhecidos direitos e a sociedade aceita como naturais as suas opções de vida em comum.

Já no caso dos “homo”, a situação é sempre constrangedora pelas implicações legais quando há partilha de bens adquiridos em comum, pensões de sobrevivência ou de adopção de crianças. Isto para não falarmos nas dificuldades de reconhecimento social que, quase sempre, vêm associadas ao reconhecimento legal.

O tema é fracturante e não é por acaso. Mesmo dentro do próprio PS as opiniões dividem-se e já se fala em remeter esta decisão para a próxima legislatura a menos que José Sócrates, à semelhança do que fez recentemente Luís Zapatero, contorne estes handicaps assumindo a responsabilidade da sua decisão.

Ninguém deverá pagar com a mentira o preço duma vida aceite socialmente.
É bom recordar que são diferentes os graus de discriminação e que, em pleno século XXI, ainda há países nomeadamente os islâmicos que executam por apedrejamento adúlteros e homossexuais. E todos à luz de princípios tidos como justos.


Autor: Lídia Soares, membro da equipa "Sidadania"

Frases Soltas em Comentários:


No que se refere à homossexualidade tenho a mesma orientação que é a de que se Deus assim o quis devemos aceitar e viver com responsabilidade e dignidade.
Defendo também o uso do preservativo como forma de acautelar doenças e prevenir gravidezes indesejadas. G.Brito


A igreja tem na sua história tantas atrocidades contra a humanidade. Hoje reconhece esses erros e pede perdão, mas por incrivel que pareça continua a cometer essas mesmas atrocidades não com o mesmo cenário do passado em que pessoas eram queimadas vivas...- Raul


Já que a maioria dos países hoje se consideram neutros em relação a religião , acabar com essa história de que o casamento homosexual, o uso da camisinha e dos anticoncepcionais é pecado ou vai contra os dogmas cristãos...- Arnaldo Trindade


Quanto aos homossexuais parece-me que não há motivo para não serem reconhecidos os seus direitos nesta condição apesar disso ainda chocar muita gente.- M.Mendonça


Quanto à homossexualidade a sua condenação provém dum dogma religioso que a torna diminuída aos olhos da sociedade. Porque de resto não se percebe esta discriminação. Desde a antiguidade que se detectaram, em várias civilizações, comportamentos homo e estes eram aceites naturalmente.- Lídia


Os seus comentários são uma mais valia neste debate. Não se iniba e diga o que pensa.


...sei o que é a discriminação e que esta corta como uma faca afiada deixando-nos incapazes de falar e agir e sem gosto por viver. É como transportar a morte em vida, sentirmo-nos excluídos e desprestigiados e não termos como inverter essa angústia. -Mary


Concordo com tudo. Mas...
A adopção de crianças nem pensar, pelo menos para já. A sociedade não está preparada. Digo isto porque acho que devemos respeitar os direitos humanos também das crianças. - Nilson Barcelli


...não consigo imaginar, dois homens ou duas mulheres a funcionarem como um "casal" que vai buscar os "filhos" à escola. Não acho mal o acto em si de viverem juntos nem ponho em causa a sua capacidade de criarem uma criança. - Joseph


Os homossexuais são pessoas integradas sim, desde que não as impeçam de o ser.
Se os meios não justificam os fins, então façamos com que os fins não justifiquem os meios. -Paulo


Se começarmos por legalizar a situação perante a lei, conferindo uma maior dignidade às relações, e se houver nas escolas aulas de educação sexual que permitam um esclarecimento adequado, certamente que as crianças adoptadas por casais homo são serão discriminadas.-Lídia


Eu acho incrível que seja ainda possível em pleno segundo milénio, discutir-se a orientação sexual de cada pessoa!!
Mas será que interessa realmente a alguém com quem se vai para a cama e o que se lá passa?!São


Eu não simpatizo particularmente com homossexuais que exibem a sua condição mas deixemo-los lá fazerem a sua vida. São pessoas como as outras, caramba.-C.Coelho


Impõe-se a mudança de mentalidades mais do que as palavras.
É importante que cada um aja no sentido de criar uma sociedade cada vez mais inclusiva.Sophiamar


Qualquer tipo de discriminação é a prova maior, de que amor e solidariedade não existe. Questionar até se pode, sobre qualquer aspecto, mas julgar? Qual de nós está hábil pra isso? - Olhos de mel


Os seus comentários são uma mais valia neste debate. Não se iniba e diga o que pensa.


verificamos que os progressos foram enormes. Estão longe de serem aquilo que queriamos - aqueles que acreditam em sociedades harmoniosas e equilibradas - mas se todos fizermos por isso os passos continuarão a ser dados nesse sentido. Não há sistemas perfeitos mas há sempre aqueles que são menos imperfeitos. - René




50 comentários:

G.BRITO disse...

Parabéns ao Sol Poente que está a «crescer» e a mostrar uma nova face mais objectiva e interventiva.
Quanto ao texto, hoje apresentado, acho que diz tudo e que devemos reflectir e não encarneirar.
Sou católico e acredito em Deus. Não sou a favor do aborto e da eutanásia porque entendo que devemos aceitar o que Deus decidiu para nós e não desafiar a sua vontade.
No que se refere à homossexualidade tenho a mesma orientação que é a de que se Deus assim o quis devemos aceitar e viver com responsabilidade e dignidade.
Defendo também o uso do preservativo como forma de acautelar doenças e prevenir gravidezes indesejadas.
Parabéns a todos por este sítio esplêndido.

R.Almeida disse...

Depois deste texto da Lídia, o que falta dizer?
Certamente referir a falta de acção, daqueles que tendo em suas mãos o poder decisor, não actuam,pois se o fizessem levariam o comum cidadão a aceitar aquilo que rejeita sem saber porquê ou porque receia que aceitando poderá ser apontado como escondido com o rabo de fora,e ser incluido no grupo dos homossexuais não assumidos,sofrendo as mesmas agressões e injustiças socias.
É o assumir que as dores dos outros, não nos doem a nós e portanto não nos dizem respeito.Admiram-se depois,quando algo mau lhes bate à porta que ninguém os oiça e aí clamam por justiça, como se o seu problema fosse o maior do mundo, esquecendo-se que fizeram o mesmo em relação aos problemas dos outros.
A igreja tem na sua história tantas atrocidades contra a humanidade. Hoje reconhece esses erros e pede perdão, mas por incrivel que pareça continua a cometer essas mesmas atrocidades não com o mesmo cenário do passado em que pessoas eram queimadas vivas,pois a sociedade evoluiu e hoje tal não seria possivel fazê-lo pela condenação que daí viria, mas usando outro cenário que apela aos valores morais e da familia o qual serve de camuflagem aos milhares de mortes que provoca e que passam despercebidos a tantos dos seus seguidores.
Resta-nos, levantar a nossa voz e não baixarmos os braços para que a mudança aconteça.
Resta-nos ser lucidos e vermos o que se passa à nossa volta.
Resta-nos clamar por justiça, na esperança de sermos ouvidos.
É uma luta inglória, não desejada,mas tão necessária.
Se cada um de nós fizer algo, por pouco que seja para amenizar todas estas injustiças,certamente estaremos contribuindo para a construção de um mundo novo no qual todos seremos mais felizes.
Obrigado Lídia por este excelente texto.
Raul

Arnaldo Reis Trindade disse...

Mais um vez, vejo que infelizmente o preconceito dificilmente vai ser desmantelado com facilidade.

Mudanças nas leis é o que precisamos.

1- Acabar com essa destinção entre solteiro, casado, homosexual ou heterosexual na hora de se pensar na adoção de uma criança, caberia aos responsaveis fazer exames clinicos e pscologicos nos possiveis adotadores e nos possiveis adotados pra ver se estão aptos a viver em familia, mesmo que essa familia seja apenas de uma pai soliteiro e um filho, ou que seja uma família contituida de duas mães ou pais, cabe ao governo saber se essa pessoa (futuro pai ou mãe) da criança, pode arcar com as deficiencias fisicas e pscologicas da criança, dando a ess uma boa ali mentação,educação e principalmente o que ela mais precisa que é carinho e amor.


2- Já que a maioria dos países hoje se consideram neutros em relação a religião , acabar com essa história de que o casamento homosexual, o uso da camisinha e dos anticoncepcionais é pecado ou vai contra os dogmas cristãos, hoje em primeiro lugar os cristãos já não são mais a maioria, em segundo essa idéia de leis e do que seria moralmente correto da Igreja Católica já foi ultrapassada a muito tempo, os próprios papas e padres ao longo do último século vem reformulando as "Leis" da Igreja e como todos sabem o principal é que ser contra o uso da camisinha e contra o homosexualismo vai acabar destruindo a "Igreja", quanto ao Islamismo, os próprios islamicos vem estudando ao longo da última decada o Alcorão e tentando reinterpreta-lo de uma forma que as leis do mesmo não sejam tão desrespeitadora com as minorias e mulheres como são hoje, no Marrocos por exemplo as mulheres já tem direito de pedir divórcio,trabalham fora de casa entre outras coisas.



Lídia parabens pelo texto.

Menina do Rio disse...

Aproveitei pra responder Mandrag e comentei no texto de baixo

Beijos

M.MENDES disse...

Deste texto excelente, um dado se sobrepôs e me ficou a martelar a cabeça: Há nesta altura, 33,2 milhões de pessoas identificadas como tendo sida e Bento XVI desaconselha o uso do preservativo?
Eu até aprecio Bento XVI na medida em que é um homem capaz de fazer reclassificações.
É certo que a igreja católica tem no seu passado a inquisição mas de forma alguma será das religiões mais fundamentalistas.
Quanto aos homossexuais parece-me que não há motivo para não serem reconhecidos os seus direitos nesta condição apesar disso ainda chocar muita gente.

Abraço ao Raul, à Lídia e ao Paulo.

SILÊNCIO CULPADO disse...

G.Brito
Viva, amigo.
Apesar da tua visão estar próxima da minha ela é necessariamente diferente na medida em que não sou seguidora de qualquer religião.
A minha orientação de vida tem como objectivo a defesa da dignidade, seja ela dos humanos seja dos próprios animais, e procurar proporcionar-lhes, enquanto vivos, condições de afecto e bem estar.
Nem sempre o consigo porque sou humana e falho muitas vezes mas a minha preocupação é esta. E é a esta preocupação e às respostas a um diálogo entre mim e tudo aquilo que me transcende, que costumo chamar Deus.
Um Deus que, na minha óptica, não pode ser cruel e castigador para com os filhos que ama.
As palavras são muitas para justificarem os actos dos homens mas mesmo assim não chegam. E temos que respeitar isso, essa forma diferente que se contrapõe àquilo que temos como verdades.
Eu percebo as reservas que tens em relação ao aborto e à eutanásia pois se, segundo a tua óptica, Deus deu... Mas Deus também deu a dor e nós tomamos sedativos. Deus também deu a doença e nós tomamos medicamentos para a cura.
Sejamos pois misericordiosos e aceitemos os sinais dos tempos.
E se são já em número considerável os casos de portadores do HIV, não continuemos a enterrar a cabeça na areia e nada fazer que impeça que a doença se propague. O preservativo evita a disseminação da doença pelo contágio sexual e evita gravidezes indesejadas que poderão culminar no ainda mais indesejado aborto.
Quanto à homossexualidade a sua condenação provém dum dogma religioso que a torna diminuída aos olhos da sociedade. Porque de resto não se percebe esta discriminação. Desde a antiguidade que se detectaram, em várias civilizações, comportamentos homo e estes eram aceites naturalmente.
Inclusive encontramos nos animais comportamentos homo.
A discriminação é sempre uma falta de amor e respeito pelo próximo. Por aquele próximo que mais precisa da nossa mão por estar fragilizado.
E não podemos jogar ao faz de conta querendo manter uma lei que discrimina, e que foi feita pelos homens, e dizer que com essa lei reconhecemos aos diferentes direitos iguais.
Basta pois de hipocrisias.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Raul
Estendi-me demasiado na resposta anterior ao comentário do meu amigo G.Brito e algumas das questões que levantas já ali estão contidas.
Relativamente à questão da igreja eu respeito a crença de cada um. Apesar da minha educação católica, houve momentos da minha vida que eu teria gostado de acreditar o suficiente para encontrar conforto numa igreja mas não conseguia. Todavia sempre olhei com um respeito profundo as pessoas que o fazem e nunca desincentivei ninguém de práticas religiosas. Também me recuso a atribuir à igreja católica todos os males da crueldade humana em termos de castigos e de discriminação. Os católicos até são menos fundamentalistas que outras religiões que proliferam entre nós e em que, por exemplo, os pais preferem ver morrer os filhos a autorizar-lhes uma transfusão de sangue.
O que eu acho é que a igreja católica está desfasada dos sinais dos tempos e que, com Bento XVI, se deu um passo atrás em relação a Paulo VI.
Contudo, penso que, conforme a Declaração Universal dos Direitos do Homem proclama, todos os cidadãos devem ser iguais perante a lei independentemente das diferenças de credo, raça e sexo.
Por isso, nós estamos aqui, para falarmos com calor humano, sentir a proximidade dos que querem dialogar connosco e pugnar para que ninguém chore sozinho.
Um abraço, Raul.

SILÊNCIO CULPADO disse...

Menina do Rio
Os teus comentários são sempre uma mais valia para os espaços onde comentas pela tua cultura, sensibilidade e desassombro.
Obrigada, minha querida.

SILÊNCIO CULPADO disse...

Arnaldo Reis Trindade
Às vezes o caminho é longo e nós cansamos de caminhar. Porém quando encontramos jovens como tu as forças ficam redobradas.
É nestas causas que identificamos a capacidade humana.
Bem hajas, Arnaldo.

R.Almeida disse...

Lídia
Claro que não podemos atribuir todas as culpas à igreja ou estariamos a ser fundamentalistas tanto quanto algumas religiões, no entanto temos que considerar que as posições tomadas pela igreja têm o seu peso na discriminação que existe. Bento XVI,antes de ser papa já era o cérebro das doutrinas da igreja, mas tinha um travão o que não acontece agora.
No Sidadania II foi publicado um texto que nos foi cedido por uma das nossas leitoras,sobre este mesmo tema, cuja leitura é aconselhável.
Todos não somos demais na luta contra a injustiça de que os "homo", são vítimas e era bom que os leitores do Sol Poente,para além de participarem neste debate, publicassem nos seus blogues textos sobre este mesmo tema.
Um abraço, e como já disse anteriormente e volto a repetir este teu texto está excelente.

Arnaldo Reis Trindade disse...

Lídia,
obrigado por me propocionar a evolução do meu carater, da minha personalidade, eu não teria tanta força pra lutar com vocês se vocês não me passassem essa força que tenss.

Abraços

Mary disse...

Este post de tão sólido abana bem como os comentários.
Não sei que diga a não ser que sei o que é a discriminação e que esta corta como uma faca afiada deixando-nos incapazes de falar e agir e sem gosto por viver. É como transportar a morte em vida, sentirmo-nos excluídos e desprestigiados e não termos como inverter essa angústia.
O Sol Poente vai ser um grande projecto com a equipa que tem. Onde está o "meu" Paulo?
Vou visitá-lo de seguida.

Nilson Barcelli disse...

Concordo com tudo. Mas...

A adopção de crianças nem pensar, pelo menos para já. A sociedade não está preparada. Digo isto porque acho que devemos respeitar os direitos humanos também das crianças.

Nesta matéria, acho a posição da Igreja Católica irrelevante.

Bom fim de semana

PS: Não conheço a Lídia nem este blogue, mas vim aqui porque não vi posts no blogue do Sol Poente, que me comenta habitualmente. Mas conheço a Silêncio Culpado...

Teu mais que tudo disse...

A homossexualidade continua, e continuará por muito tempo, a ser objecto de discriminação porque os gays e as lésbicas não se portam, duma forma geral, como pessoas integradas. Exibem comportamentos excessivos que chocam que mais não seja pelo mau gosto. E depois não consigo imaginar, dois homens ou duas mulheres a funcionarem como um "casal" que vai buscar os "filhos" à escola. Não acho mal o acto em si de viverem juntos nem ponho em causa a sua capacidade de criarem uma criança. Mas já pensaram bem como se sente essa criança com os companheiros a chacoteá-la?
Podem dizer-me que os companheiros não têm que chacotear e que todos deverão encarar naturalmente um casal homo. Eu até posso concordar com isso mas penso que leva o seu tempo a que nos habituemos. São coisas que não se conseguem por decreto. E é por aí que devemos começar: por nos prepararmos para a habituação.
Concordo que deva haver uma legislação, semelhante à inglesa, que confira os mesmos direitos aos casais homo mas sem lhe chamarmos casamento.
Seria um primeiro passo a que se seguiriam outros.
Agora pôr tudo no mesmo saco assim de repente acho que seria catastrófico.
Desculpem a franqueza.

. intemporal . disse...

O comportamento excessivo que por vezes é manifestado por homossexuais não será um grito de revolta?
Já que os consideramos diferentes, não pretenderão manifestar essa diferença pelo mesmo ridiculo com que os diferenciamos?
Os homossexuais são pessoas integradas sim, desde que não as impeçam de o ser.
Se os meios não justificam os fins, então façamos com que os fins não justifiquem os meios.
Esta sim, é a minha franqueza.
Parabéns Lídia, pelo magnífico post com que nos presenteia.

SILÊNCIO CULPADO disse...

M.M.Mendonça
Efectivamente os 33,2 milhões de pessoas a viverem com o HIV são um dado a reter, um dado que deveria ser colocado à porta do Vaticano para que as pessoas tomem consciência que não se mata apenas com armas mas também com palavras e posições.
Desaconselhar o uso do preservativo é criminoso tanto pela prevenção do HIV como de gravidezes indesejadas nomeadamente de portadoras de HIV.
Relativamente a Bento XVI, pese embora as suas posições mais conservadoras, eu tenho por ele uma grande admiração. Tem sido um Papa que já várias vezes tem feito reclassificações. E eu rendo-me sempre à grandeza de alma de quem as faz para defender a justiça e a verdade e a paz entre os homens.
Recentemente Bento XVI pediu perdão, na Austrália, pelos padres que pecaram e vistou as vítimas. É um acontecimento histórico na história da igreja que se tem colocado, muitas vezes desumanamente, acima dos pecados humanos que muitos dos seus seguidores têm praticado.
Esta dignidade de Bento XVI não é pois de somenos importância e, como homem inteligente que ele é, tenho esperança que outras reclassificações se lhe seguirão.
É preciso dar a todos a sua oportunidade e o Papa também não deve ser excepção.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Arnaldo Reis Trindade
Tu tens muita força, sim, tanta que mesmo sem nós irás em frente.
É bom acreditar na capacidade de regeneração da sgerações futuras.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Mary
Eu também não sei o que te diga porque as palavras são sempre palavras e não as soluções que eu gostaria de poder dar-te.
Mas, Mary, tu és mais forte do que pensas e se há quem discrimine também há quem ame e compreenda e por estas pessoas vale sempre a pena viver.
E também vale a pena viver para lutar, lutar para que haja cada vez menos pessoas que sintam o que estás a sentir.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Nilson Barcelli
Olá, amigo. Tens sido uma presença constante no Silêncio Culpado, praticamente desde o início, com comentários valiosos que muito têm contribuído para o diálogo aberto que sempre procuro. Também tenho visitado o teu espaço, apreciadora que sou dos teus poemas e da proximidade da tua recepção. Não me conheces como Lídia mas sim como Silêncio? Não faz mal o que importa é a mensagem independentemente de atribuirmos ou não um rosto a uma determinada pessoa.
Eu faço parte de alguns projectos com grupos de pessoas. O Sol Poente e o Sidadania são dois deles.O Sol Poente tem uma identidade colectiva alargada, mas também gosta de dialogar e visitar espaços.
Compreendo a tua posição relativamente à adopção de crianças por parte dos casais homo nas actuais circunstâncias mas elas podem mudar, não podem?
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

JOSEPH
Olá, meu querido amigo. Obrigada por teres correspondido ao meu apelo e pelo comentário frontal que fizeste. Sabes, eu estava admirada por ninguém ter ainda defendido uma posição como a tua e a de Nilson Barcelli que são bem comuns na nossa sociedade e que eu também perfilho ainda que com um olhar diferente.
É que se por um lado eu não aceito que uma criança sinta na pele a dor de ser discriminada e mesmo gozada pelos colegas de escola pelo facto de ser "filha" de casais homo, por outro vejo nesta discriminação uma atitude brutal, no preconceito e na desumanidade, que tem que ser mudada.
As crianças na escola espelham os preconceitos da socialização que recebem em casa.
Se começarmos por legalizar a situação perante a lei, conferindo uma maior dignidade às relações, e se houver nas escolas aulas de educação sexual que permitam um esclarecimento adequado, certamente que as crianças adoptadas por casais homo são serão discriminadas.
Realtivamente a esse tal casamento legal que não é bem igual aos outros, tenho um amigo na blogosfera que já me escreveu sobre isso. Aceita um casamento mas desde que seja "diferente". Não percebo porquê.

Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Paulo
Oh querido estavas-me a faltar.
O teu comentário é excelente. Sim, eu percebo esse grito mas há formas de gritar que, ao invés de se fazerem ouvir, abafam pelo ruído.

Abraço

São disse...

Eu acho incrível que seja ainda possível em pleno segundo milénio, discutir-se a orientação sexual de cada pessoa!!
Mas será que interessa realmente a alguém com quem se vai para a cama e o que se lá passa?!
Cada vez creio mais que a vida de cada pessoa é de sua inteira e exclusiva responsabilidade face a quem quer que seja!
Não é necessário vir alguém-mesmo com boas intenções - salvar-nos.
Para mau exemplo de salvação , já chegou a Inquisição!
Um abraço muito grande , querida Lídia.

C.Coelho disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
C.Coelho disse...

Realmente estamos a discutir uma situação absurda que é a discriminação da homossexualidade, mas que ela existe, existe embora com gradações diferentes consoante os países. Há países em que os homossexuais são executados e nalguns de influência islâmica com requintes de malvadez.
Eu não simpatizo particularmente com homossexuais que exibem a sua condição mas deixemo-los lá fazerem a sua vida. São pessoas como as outras, caramba.

Isamar disse...

Impõe-se a mudança de mentalidades mais do que as palavras.
É importante que cada um aja no sentido de criar uma sociedade cada vez mais inclusiva.

Beijinhos

Lúcia Laborda disse...

Oie lindo! Qualquer tipo de discriminação é a prova maior, de que amor e solidariedade não existe. Questionar até se pode, sobre qualquer aspecto, mas julgar? Qual de nós está hábil pra isso? Belo post!
Bom domingo! Beijos

René disse...

Apesar de haver ainda muita discriminação seja em relação ao HIV, seja em relação à homossexualidade, se nos reportarmos há duas décadas atrás verificamos que os progressos foram enormes. Estão longe de serem aquilo que queriamos - aqueles que acreditam em sociedades harmoniosas e equilibradas - mas se todos fizermos por isso os passos continuarão a ser dados nesse sentido. Não há sistemas perfeitos mas há sempre aqueles que são menos imperfeitos.
A homossexualidade nos países ocidentais é já aceite embora do ponto de vista legal ainda faltem limar arestas.
Abraço a todos

SILÊNCIO CULPADO disse...

São
Minha querida eu também acho incrível. Mas São, eu li hoje na net que no Irão executam quem é homossexual. Mas claro, nós estamos na parte do mundo em que nos denominamos de desenvolvidos e de respeitadores dos direitos humanos.
Mas discriminamos, São, discriminamos duma forma inadmissível.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

C.Coelho
Se são pessoas como as outras porque não simpatizar com eles? Alguns até realçam do comum pela positiva. Tive um grande amigo homossexual. Pessoa muito humana e de grande valor, mesmo profissional. Ele escondia a condição e isso entristecia-me.Porque eu acho que não tinha nada de mal nem o desvalorizava. Também não gosto de exibicionismos sejam a que pretexto forem. A razão impõe-se por si própria e espero que, neste caso, isso também aconteça.
Abraço

O Árabe disse...

Preconceitos. Pedras que pavimentam a estrada dos sofrimentos... :(

SILÊNCIO CULPADO disse...

SOPHIAMAR
Uma sociedade mais inclusiva e uma mudança de mentalidades. Sim, é isso. Mas espero que não tarde muito porque no entretanto há pessoas que vivem magoadas.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Olhos de Mel
Tens razão amiga. Onde há discriminação não há amor. E quem tem o direito de fazer julgamentos como se fosse feito doutra matéria e esteja acima de toda a humanidade?
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

René
Olá querido. Faltam limar muitas arestas, mesmo muitas, René. Claro que se registaram progressos mas enquanto os homossexuais não virem a sua condição reconhecida perante a lei com os mesmos direitos e oportunidades que são dados aos "hetero" a segregação existe com toda a sua desumaniadde.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Árabe
Olá, amigo. Numa frase sintetizas tudo:

"Preconceitos. Pedras que pavimentam a estrada dos sofrimentos... "

E para quê deixar que alguém sofra quando temos a solução nas mãos para que esse alguém viva a vida em plenitude?

abraço

Eternamente disse...

Hei-de ouvir falar de amor quando por aqui passar. As estradas confluem no entendimento entre os homens porque é tempo de progresso e de revelações. As gentes estão cansadas de tanto estarem sozinhas, dos gemidos serem abafados por aqueles que andam atrás do ouro.
Não há seres superiores entre os que amam e os que acreditam. Superior é amar mais e compreender melhor. Também procuro o caminho e a sombra de alguém que deixei sentado numa pedra distante.
O que é um homossexual, afinal? Algo que se coma? Ou alguém que matou ou roubou, ou violentou, ou não quis trabalhar? Nada disso, pois não? Vivam e deixem viver. Todos somos precisos para construir e todos somos obreiros duma grande obra que não termina.
Quem se atreve a recusar mãos que nos preenchem?

São disse...

Espero que não levasse erradamente as pessoas a pensar que discordo deste debate!
O que eu quis significar é que ele nem deveria existir em nenhuma parte do mundo, pois considero que a discriminação é um crime e cada pessoa tem direito a viver a sua própria vida como muito bem entender.
Que fique bem claro!
Um abraço, Lídia , minha querida amiga!!

SILÊNCIO CULPADO disse...

São
Jamais eu duvidaria da intenção da stuas palavras, da tua frontalidade e justa clareza.
Jamais.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Louise
A verdadeira dimensão da fraternidade só é conseguida por muito poucos. Eu também me confesso pecadora e falho até mesmo quando pretendo estender a mão.
Mas tenho vontade de me melhorar como pessoa e de incentivar outros a fazê-lo.
A discriminação não tem sentido mas nós discriminamos até nos gestos mais simples em que duvidamos da capacidade de alguém por este ou por aquele motivo pré-concebido.
Abraço

Dalaila disse...

`Não deve ser fácil sair do armário!

Sei que existes disse...

Infelizmente nós, humanos, considerados seres racionais, com inteligência, somos tudo menos ser que raciocinam com inteligência (falo de um modo geram...). Somos ridículos ao manter o medo continuo de tudo quando é diferente das regras, na maioria absurdas, da sociedade em que vivemos! Basta ver um comportamneto diferente para se tentar logo bani-lo do nosso meio...
Será que é assim tão dificil entender que é na diferença que está o desenvolvimento?
Imaginem o que seria se fossemos todos iguais, com a mesma forma de pensar, vestir, actuar...
Cada um tem o direito á sua individualidade, aos seus gostos, ás suas atitudes, desde que respeite todos os outros. Se não respeitamos os outros, como podemos querer ser respitados?!
E o que interessa a cada um de nós o que cada pessoa faz na sua intimidade? com quem dorme, com quem pratica sexo, as posições praticadas sexualmente, a quem entrega o seu amor... o que nos interessa isso a nós? se cada um olhasse mais para si próprio, para a sua própria vida, para a sua felicidade e infelcidade, se cada um de nós procurasse mais viver a sua própria vida e deixasse os outros viverem as deles, talvez fossemos todos mais realizados e felizes!...
Escusado será dizer que concordo totalmente com a total igualdade de direitos para todos os seres humanos, independentemente do seu gosto sexual.
Beijo grande

SILÊNCIO CULPADO disse...

Dalaila
Não, não deve ser fácil sobretudo quando vivemos num meio que se recusa a aceitar-nos tal como somos.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Sei que existes

É também assim que eu penso mas a sociedade insiste em discriminar. Muitas pessoas sentem que inferiorizando os outros se colocam a si próprias num patamar superior.
E há também os poderes (religioso, político, económico)que vão reinando mantendo nas pessoas uma má consciência colectiva.
Mas eu acredito na evolução e, apesar de tudo, alguns passos estão a ser dados no sentido duma maior igualdade de tratamentos.

Abraço

Zé Miguel Gomes disse...

A diferença paga-se... E é sempre muito caro...

Fica bem,
Miguel

O Profeta disse...

Majestosa e altivamente submissa
Uma árvore curva-se à lagoa
Encontrei um arco-íris perdido na terra
Este canto não pára até que a alma doa


Convido-te a olhar os sentires que emanam do altar do Sol


Bom fim de semana

lua prateada disse...

Passando para te deixar um beijinho com todo o carinho e desejar um lindo fim de semana.
SOL

SILÊNCIO CULPADO disse...

Miguel
A diferença paga-se mas não se devia pagar porque é diversidade que nos enriquece e nos acrescenta.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Profeta
Obrigada pela visita e pelas palavras.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Lua Prateada
Obrigada, amiga.
Abraço

São disse...

Minha querida Lídia, faço-te a justiça de saber que não me interpretarias mal, mas nem todas as pessoas são como tu, infelizmente...
Um grande e solidário abraço!

Valsa Lenta disse...

Ser discriminado pela família é uma dor difícil de suportar. Fica, contudo, a paz da revelação.

Últimamente o tempo livre tem sido escasso para visitar os blogs das pessoas que admiro. As minhas desculpas.

Felicidades ao Sol Poente